domingo, 19 de maio de 2013

O buraco é mais embaixo, MAS (ou "cala a boca, mula" parte I)

http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=juiz-diminui-crimes-cometidos-por-menores-no-interior-de-sp-04020D9A3660D8A14326&tagIds=1793&orderBy=mais-recentes&edFilter=editorial&time=all

Não encontrei link no youtube, então clique e assista antes de ler.

Vamos aos fatos: Sim o método é antiquado. Mas vamos à metáfora. Você é destro e está apertando parafusos com a mão direita. Em algum momento, sentirá algum cansaço e, instintivamente, tentará usar a esquerda. Não dá certo. Você:

a) Insiste em usar a mão esquerda, porque ela é melhor.
b) Insiste em usar a mão esquerda, faz um torniquete pra enfraquecê-la mais ainda e depois diz que a culpa é da mão, como se ela não fizesse parte do corpo governado pelo cérebro.
c) Se desespera, faz birra e chora.
d) Volta a usar a direita.

Se você for muito burro, ai vai uma dica: a resposta certa aparece três vezes na sigla "DDD". A resposta "B" é ridícula e absurda. Mas é a resposta que os nossos gestores educacionais escolheram. Mulas? Não! Muito espertos. Eu volto aqui dia desses e explico.

Embora a questão seja mais profunda, eis algumas considerações rasas como um pires.

Regra é regra e a regra é clara. O pai que não se responsabiliza pela educação do filho está errado. Esse papo de "eu não posso com ele" deveria dar cadeia por abandono intelectual. Tá na lei, porra!
Mas então, por que a lei não é cumprida? Eu vejo um motivo: a preguiça justificada.
O tal juiz é da magnífica cidade de Fernandópolis. Não tenho absolutamente nada contra a cidade ou contra qualquer um de seus doze habitantes. Só que as cidades onde o problema é maior, tendem a ser grandes também. Imaginem a demanda do conselho tutelar paulistano. Dos juízes da infância de Santos. São grandezas de outra magnitude (ui). Aí, o atendimento é meia boca mesmo. Isso quando o atendimento é, porque, muitas vezes, não é. Como não da pra atender todo mundo, as vezes a escolha é não atender ninguém! Isso é justiça na preguiça!  Como eu venho dizendo: O problema da educação já estaria resolvido se fosse da educação, e não estrutural. Salve-se quem puder!

Mas existem aqueles que escolheram a "C". É divertido, porque estes são os que ainda vêem luz no fim do túnel, mas como essa luz é fruto da imaginação deles e não existe de fato, eles reclamam. Não sabem pra onde ir, mas não aceitam que se retorne ao passado que, capenga, funcionava. Dizem de quem pensa: são reacionários! Não comem no MacDonalds pra não financiar o capitalismo! AH! CALA A BOCA, MULA!

Mas o maior erro é cometido por todos, vaza pelas portas e janelas, toda vez que professores e gestores se encontram pra planejar, discutir, comer rosquinhas ou dançar frevo. Nesses momentos, todos, sem acreditar, sabendo do erro, escolhem a resposta "A". Ficam todos esperando o primeiro falar contra. Com alívio e com medo. Alivio viria de, enfim, enfrentar a verdade. Medo da perseguição, da discussão, da falta do bônus, de serem chamados de reacionários. Ficam todos quietos, mas em suas mentes, sublime, paira, como uma canção de ninar em uma noite de inverno: AH! CALA A BOCA, MULA!

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