Antes de mais nada, uma imagem para que algumas coisas fiquem claras. Talvez isso possa gerar interpretações equivocadas, mas vamos ajudar a enfiar o sofisma no cu.
Demarcados os territórios, vamos falar de futebol.
Recentemente um jogador da Scória Cretina Cocorinthians Paulista se envolveu em uma polêmica ao publicar na rede uma foto com, segundo ele, demonstrações socialmente inusitadas de amor fraterno (de uma sociedade de merda, fique claro). Após manifestações de torcedores, nobres bacharéis, numa segunda feira à tarde (trampar nem fodendo, né çangue?), o jogador respondeu pedindo respeito, igualdade e discernimento. Palmas. Só que não.
Como entidade, a Scória Cretina Cocorinthians Paulista definiu-se como o time do povo, do iletrado, da galera, do Lula... Neste sentido, em partes, ela segue o discurso deste público, que eu vi ser definido muito satisfatoriamente estes tempos (Salvo melhor lembrança, por Vladmir Safattle no provocações). Pobremente é assim: embora a força das circunstancias traga a convivência quase forçada, mas na prática democrática, o discurso é extremamente o oposto. É o "nada contra o viado, mas meu filho não". Deixo claro que isso não é exclusivo do povão, mas no fim das contas é de se esperar que a falta de oportunidades não favoreça a visão crítica sobre o outro. Que seja. Se o Florinthians não é abertamente homofóbico, ao menos não faz nada em relação ao problema. Em certos casos até estimula a "brincadeira sadia entre os torcedores". Ai encontramos a primeira unha encravada. Frente ao fato, o clube não se pronunciou. Ficou observando "por cima do muro". E o muro, caríssimos, como conta a fábula cristã, é do capeta. Puta hipocrisia também do torcedor médio, que costuma se refastelar com piadinhas de sampaulino (a grafia está certa, tenho provas) viado, que não viu o próprio rabo e agora tá sem graça.
Juca Kfouri. A algum tempo, em algum lugar onde ele escreva, apareceu um texto propondo que o São Paulo, em nome do exemplo social, adotasse o mascote bambi, simbolizando a visão progressista tão necessária à sociedade. Da escória? Até agora, que seja do meu conhecimento, só uma fotomontagem sem vergonha. Com o perdão da ironia, ser liberal no cu dos outros é refresco.
Mas não é apenas somente isso. Hoje, com tendencias novelescas, o protagonista dessa cretinice voltou para o armário cantando "a volta do boêmio". Relinchou:
"Peço desculpas aos que se sentiram ofendidos pela brincadeira que fiz com um amigo. Não tive a intenção de ofender ninguém e muito menos a nação corintiana. Vou continuar honrando a camisa corintiana assim como tem sido nos últimos anos. Vai Corinthians!"
"Não poderia ter feito isso, foi sem intenção, mas jogo em um clube de futebol, em um mundo cheio de rivalidades e provocações, qualquer comentário é motivo de chacota".
"Lamento se ofendi a torcida do Corinthians, não foi a minha intenção. Foi só uma brincadeira com um grande amigo meu, até porque eu não sou são paulino".
E agora, fiel torcida? E agora ativistas gays? E agora fieis ativistas gays?
É óbvio que qualquer debate sobre a relação entre homossexualidade e esporte vai a lugar algum. Muito antes disso, é necessário que exista um debate sobre a homossexualidade, e que ele chegue a algum lugar.
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